Mais uma tentativa!
Esta foi a minha última tentativa, de acordo com aquilo que escrevi, para uma candidatura ao Festival da Canção. Vale o que vale!
É daqueles sonhos, juntamente com tantos outros, que não tive a oportunidade de realizar nesta vida. Quem sabe se num outro lugar a oportunidade não surgirá?
Uma tradição que perdura
A meu gosto pela música remonta à minha juventude Alentejana, mais precisamente em Elvas.
Pertencia a um coro de igreja liderado pelo saudoso Padre Vasco e acompanhado ao órgão pelo Padre Zeferino. As músicas eram de igreja, mas as suas melodias ainda hoje as recordo com saudades. Por vezes, tal era o foco na missão, realizavam-se ensaios de vozes na minha casa com duas ou três vizinhas para que nada se perdesse no momento certo.
Era jovem e a música foi uma ajuda para encarar a vida de forma diferente. Já aqui sonhava em um dia, não sabia quando, levar avante um projeto de músicas minhas. Ouvia-se na altura os Taxi, GNR e Rui Veloso com muita frequência.
Ainda ingressei na Banda 14 de Janeiro de Elvas e lá aprendi as primeiras notas e as primeiras lições de solfejo. O instrumento que me foi distribuído foi a caixa, tal era o jeito e a queda que tinha…
Quis o destino que saísse de Elvas para Mafra na procura de uma vida melhor. Tinha 12 anos e o destino estava traçado.
Banda de música dos Bombeiros Voluntários de Mafra
Já com o gosto inicial e as primeiras lições aprendidas cheguei à lição 100. Lição que marcava a diferença entre um aprendiz e um músico com direito a instrumento distribuído. Calhou-me a sorte de aprender Fliscorne e posteriormente o trompete.
Lembro-me como se fosse hoje, tocar aquele instrumento à janela do meu quarto, desassossegando toda a vizinhança. Eram disputas amigáveis entre mim e o meu grande amigo Álvaro Caldas para saber quem atingia notas mais agudas e melhores músicas conhecíamos.
Paralelamente, no foro religioso, nasceu um projeto de música tradicional, com princípios muito grandes. A nossa missão era levar a música a lares de terceira idade e alegrar os mais idosos. Aqui, tocava “ferrinhos” e tornei-me um Ás! Cantava e dava ritmo num projeto de amigos para sempre. Destaco a Graça Pinóia, a Célia Batalha Fernandes, o Carlos “da Susy”, o Luís Correia e a Ofélia Galambas. Eles eram o sustento dos “QUATRO ESTAÇÕES”.
Com o ingresso na minha vida profissional, tristemente deixei a Banda e com as lágrimas no canto do olho separei-me do Instrumento que tanta companhia me fez durante anos: A trompete!
Projetos
Já na vida profissional e decorridos alguns anos dei início ao primeiro projeto ADONORIS. Músicas originais, quase todas da minha autoria, levámos a efeito um espetáculo em Santa Margarida para os Militares que lá serviam. Foi a primeira aparição em palco. Os músicos estavam a dar os seus primeiros passos e hoje orgulho-me de os poder ver em grandes projetos pessoais. O Paulo Fernandes e a sua música suave, o Frederico Pinto na bateria para os lados de Lamego e aqui mais perto, em Sintra, um dos melhores guitarristas que conheci, o Pedro Duarte dono de uma grande Escola de Música no Cacém.
Fomos mais longe ainda e aparece o “ERRO 314”. Projeto musical de curta duração, mas que tinha como objetivo participar num festival de Bandas em Braga. Já munidos de grandes músicos, como o Ivan, Artur, Pedro, Ângelo e eu, pois claro, fomos como favoritos a vencer o concurso e chegado o momento certo, após o erro 314 em palco, nem à final conseguimos chegar. Enfim, são aqueles momentos em que as portas se fecham e não conseguimos agarrar a oportunidade.
Meias Limonada
Este é o mais recente projeto em que estou envolvido e orgulhoso pela qualidade atingida, muito por culpa dos grandes músicos que o compõem. São amigos de mão cheia e cheios também de muito talento. Só que aqui as coisas piam mais fino! Grandes projetos envolvem grandes palcos e grandes públicos e isso, não tem acontecido!
Não há que ter vergonha de o assumir e poder afirmar que independentemente do insucesso até agora, este é sem dúvida aquele de que mais me orgulho. Podemos ser bons, mas sozinhos não vamos a lugar algum.
Agora resta-nos esperar pela sorte, pois o trabalho de bastidores já há muito que está feito e completo.
I Love to Love you
Agradeço a todos que contribuíram com o seu saber e a sua experiência para levarmos a bom porto este tema. Infelizmente não conseguimos, mas foi a minha humilde participação neste Festival da Canção. A música, essa… vai perdurar para a minha vida toda.
Obrigado
Letra e Música de António Galambas
Faz o que te faz valer
Dá tudo o que dá prazer
(I Love To Love You)
O teu olhar
Aqui tão perto
Beijo doce
No momento certo,
Deste cor à minha vida
E os dias com mais sentido
Das fraquezas fizeste a força
limpaste o tempo perdido
(I Love To Love You)
Dá-me tudo até adormecer
Fica só até o sol nascer
(I Love To Love You)