Despedida de Eurico Nicolau e Ivan Caçador

O dia do Adeus

Após anos de dedicação e paixão pelo Andebol, a dupla de arbitragem despede-se oficialmente dos campos, deixando um legado marcante no desporto. Reconhecidos pela imparcialidade, competência e pela forma exemplar como conduziram inúmeros jogos, esta dupla tornou-se uma referência no panorama nacional e internacional. A sua saída representa o fim de uma era, mas também uma inspiração para as futuras gerações de árbitros que procurarão honrar o desporto com a mesma excelência. 

Com gratidão e respeito, a comunidade do Andebol celebra a sua trajetória, desejando-lhes o melhor nesta nova fase da vida.

Respeitar e ser Respeitado!

O Andebol, como quase todas as modalidades, a arbitragem é considerada o elo mais fraco. 

Poderão estar em desacordo comigo, mas os poucos anos em que estive envolvido neste meio, fez-me olhar para o desporto de uma maneira diferenciada. Nem melhor, nem pior, mas como muito respeito por quem tem a responsabilidade de arbitrar. Pode parecer fácil o seu papel, mas não é de todo!

O nível superior de um árbitro, na minha opinião, é atingido quando os vários intervenientes do jogo respeitam as suas decisões de forma respeitadora. Todos sabemos que é extremamente difícil em qualquer modalidade não se cometerem erros. Todos os cometem de forma inesperada por muitos e intensos treinos realizados. Por vezes o que parece fácil sentado num sofá, não se torna nada fácil quando se vive o momento em campo. 

Os principais motivos dos erros de arbitragem em qualquer desporto, incluindo o andebol, podem ser atribuídos a uma combinação de fatores humanos, técnicos e contextuais:

1. Fatores Humanos

  • Erro de Perceção: A arbitragem é feita em tempo real e os árbitros têm frações de segundo para tomar decisões. Ângulos de visão limitados ou obstruídos podem levar a interpretações incorretas.

  • Fadiga: Árbitros submetidos a esforço físico e mental prolongado durante um jogo podem sofrer com lapsos de concentração.

  • Pressão Emocional: Jogadores, treinadores e adeptos podem criar um ambiente de pressão que afeta a confiança e a clareza das decisões.

2. Fatores Técnicos

  • Interpretação das Regras: As regras do desporto podem ser complexas e deixar espaço para interpretação, levando a decisões divergentes entre árbitros.

  • Falhas na Comunicação: Em modalidades com mais de um árbitro, a falta de coordenação pode gerar decisões inconsistentes.

  • Limitações Tecnológicas: A ausência ou uso inadequado de ferramentas como o VAR (em modalidades que o permitem) pode levar a erros que poderiam ser corrigidos.

3. Fatores Contextuais

  • Velocidade do Jogo: Em desportos rápidos, como o andebol, lances muito dinâmicos podem ser difíceis de avaliar com precisão no momento.

  • Influência do Ambiente: Barulhos altos, protestos de adeptos ou mesmo condições do local podem distrair os árbitros.

  • Parcialidade Inconsciente: Embora os árbitros sejam treinados para serem imparciais, tendências inconscientes podem influenciar as decisões.

4. Preparação Insuficiente

  • Falta de Experiência: Árbitros menos experientes podem cometer mais erros devido à falta de vivência em situações complexas.

  • Condições de Treino: Uma formação inadequada ou insuficiente no entendimento de novas regras ou em situações práticas pode comprometer a precisão das decisões.

Minimizar esses erros envolve investir na formação contínua dos árbitros, na introdução de tecnologias de apoio, e na criação de condições de trabalho que reduzam as pressões externas.

Eurico e Ivan servem de exemplo

Analisando tudo aquilo que foi escrito anteriormente, estamos perante uma dupla com muitas carcaterísticas positivas. No entanto, reconheço que estas são partilhadas por muitas outras equipas de arbitragem do quadro de árbitros nacionais e regionais. Todos estão a fazer o seu caminho em prol do reconhecimento local, nacional e Internacional.

Esta dupla que colocou fim à sua carreira de arbitragem foi uma das melhores que Portugal criou e que servirá de exemplo para os mais novos. Embora haja muito mérito nos seus feitos, também se deverá reconhecer todos aqueles que de muito perto os ajudaram a crescer. Desde a sua Associação, passando pela Federação Nacional e depois pela Federação Internacional, muitas foram as pessoas que contribuíram para o seu sucesso. Não sou a pessoa mais indicada para fazer qualquer referência pessoal, mas estou certo que muito boa gente esteve a seu lado. Parabéns a todos!

Não poderei de me sentir um pouco triste pela despedida desta dupla pelo facto de a modalidade ficar um pouco mais pobre, mas gostaria de deixar aqui escrito a grande virtude desta dupla: O Reconhecimento e o Respeito!

O reconhecimento de todos os agentes da modalidade, bem como o respeito por todos os seus intervenientes mais diretos. Esta dupla, independentemente das suas qualidades técnicas, conseguiram o Respeito dos atletas, treinadores e dirigentes, mesmo quando as “coisas” não lhe corriam bem! Errar é humano, mas saberem ser respeitados é um dom que nem todos conseguem. Eles conseguiram!

Arbitragem no bom caminho

O afastamento por vezes é uma boa lição. Afastado, mas não desligado, consigo reconhecer que as pessoas que atualmente estão no comando da arbitragem estão no bom caminho e os resultados, mais tarde ou mais cedo, começarão a aparecer. Não é fácil estar neste lado no desporto, mas certamente concordarão comigo de que a arbitragem deverá ser sempre muito apoiada pelos órgãos superiores de qualquer instituição pelas seguintes razões:

1. Proteção e Valorização da Função

  • Preservação da Integridade: O apoio das federações ajuda a proteger os árbitros de críticas desmedidas, abusos verbais ou até ameaças físicas, especialmente em situações de alta pressão.

  • Reconhecimento Profissional: Demonstra que a federação valoriza o papel dos árbitros como pilares fundamentais do desporto.

2. Formação e Desenvolvimento

  • Capacitação Contínua: Com o apoio das federações, os árbitros podem beneficiar de formação regular, acesso a novas tecnologias e oportunidades de crescimento profissional.

  • Adaptação às Regras: As regras desportivas estão em constante evolução, e as federações devem garantir que os árbitros estejam atualizados e preparados para aplicá-las corretamente.

3. Fortalecimento da Confiança

  • Autoridade Respeitada: Quando as federações apoiam os árbitros, transmitem uma mensagem clara aos clubes, jogadores e adeptos de que as decisões em campo são respeitadas e não podem ser facilmente contestadas.

  • Resiliência Mental: Este suporte reforça a confiança dos árbitros para tomarem decisões difíceis sem medo de repercussões ou isolamento.

4. Promoção de um Ambiente Seguro

  • Prevenção de Conflitos: As federações podem intervir ativamente para punir comportamentos inadequados de jogadores, treinadores ou adeptos que coloquem os árbitros em situações desconfortáveis ou perigosas.

  • Redução de Pressão: Um ambiente de apoio reduz o stress e melhora o desempenho dos árbitros.

5. Fomento da Imparcialidade

  • Independência Decisória: O apoio institucional protege os árbitros de influências externas, garantindo decisões mais justas e imparciais.

  • Credibilidade do Desporto: Árbitros bem preparados e protegidos refletem positivamente na imagem do desporto, reforçando a confiança dos envolvidos.

Investir no apoio aos árbitros é essencial para assegurar a qualidade, a justiça e a continuidade do desporto, além de incentivar novas gerações a abraçarem a profissão com orgulho e motivação.

Muitos parabéns à dupla Eurico e Ivan por todo o vosso trabalho, empenhamento e dedicação à arbitragem e ao Andebol. Somos gratos pelo vosso trabalho e desejo-vos que continuem a trabalhar para a nossa modalidade noutras funções. O Andebol e o desporto precisam de pessoas boas.

Muitas Felicidades e muito obrigado por tudo!

Sejam felizes!

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