Há dias em que tudo parece correr mal. A verdade é que para alguma coisa correr mal, basta estar-se bem. São estas as premissas que algumas vezes esquecemos e somos apanhados sempre ou quase sempre de surpresa.
Ontem, 15 de março de 2023, desloquei-me para o Centro de Saúde de Mafra para mais uma visita rotineira da minha mãe para a toma de uma injeção. Sempre simpática e bem disposta, como todos a caracterizam, lá foi ela falando com as pessoas fazendo desta rotina um dia de “ver pessoas” e dar um pouco à língua.
Quando foi chamada para a toma, com a sua dificuldade no andar, foi-me dizendo que estava um pouco nervosa. Acreditem… sempre as mesmas palavras em todas as vezes que me desloquei com ela ao Centro de Saúde de Mafra. Como podem imaginar, não dei muita importância, sem no entanto dizer-lhe a todo o momento para se acalmar pelo facto de este procedimento ser rotineiro. Surpreendente foi a resposta pronta que me deu: “-Não há dias iguais e algum dia irá doer-me!”
Tudo estava, aos meus olhos, a correr bem, quando de repente ela me disse: !-Filho, estou a ficar tonta!”
Começou aqui a outra parte da história!
A parte boa, passou em segundos para segundo plano e instalou-se o pânico em mim. Após estas palavras, a minha mãe desmaiou e tudo se complicou. Num esforço conjunto de “todo o pessoal de serviço” no Centro de Saúde de Mafra, após muitas correrias, muitos recursos, muita determinação, muito profissionalismo, muito empenho, enfim, tudo em muito, a minha mãe conseguiu safar-se mais uma vez de um quadro complicado.
Este post tem como objetivo agradecer a todos aqueles que lutaram e se preocuparam (“António não precisa agradecer, esta é a nossa missão“) com a vida da minha mãe. Muitas são as vezes que critico, e é tão fácil de o fazer, mas também tenho o outro lado da moeda. Hoje estou grato por tudo quanto fizeram e uma coisa lhes garanto. Se tudo isto tivesse acontecido em casa, não estaria aqui a contar nem tão pouco a agradecer a sua vida.
Não vou mencionar os nomes de todos aqueles que estiveram presentes, porque não sei o nome de todos, mas numa ida ao gabinete onde a minha mãe estava a ser tratada, contei 20 pessoas. Entre bombeiros, pessoal do INEM, auxiliares, enfermeiros e médicos, todos eles sentiram um alívio enorme quando a viram respirar e acordar para a vida. Obrigado mais uma vez a todos sem exceção, sem me esquecer do profissionalismo e competências da Dr.ª Luísa Ramos. “A nossa médica de família fez de tudo para que não perdesse um paciente!” Obrigado Dr.ª por tudo quanto fez.
Agora, há que recuperar do susto. Ainda está no Hospital de Torres Vedras em observação e em análises para se saber o que realmente aconteceu, mas estou e estamos certos de que a sua força irá trazê-la a casa muito em breve.
Ainda não tive a oportunidade de falar com ela após o incidente, mas por pessoas que já o fizeram, fiquei a saber que ela não se recorda de nada do que lhe aconteceu.
A vida é mesmo assim. Agora estamos bem, logo…logo se verá!