Maus atos na formação (Andebol)

Falar de  cultura desportiva dá pano para mangas. Todos apelamos a esta temática quando observamos atos menos próprios praticados pelos agentes desportivos, adeptos e comunicação social. Será que cultura desportiva serve apenas para quando se ganha ou quando se perde?

Na minha modesta opinião a cultura desportiva deveria ser uma matéria para ensinar aos mais pequenos no nosso ensino com grande incidência. Não ser apenas um tema de passagem, mas sim uma disciplina. Mais do que praticar desporto, a cultura desportiva deveria ser obrigatória e compreendida desde cedo.

Chego mesmo ao extremo de achar necessário, não só esta disciplina obrigatória, como também mais duas que fazem parte da nossa vida. a cultura Política e religiosa.

Infelizmente são estes os motivos de discórdia principais entre os Homens e a estas temáticas pouco ou quase nada se dá importância.

Motivos que me levam a pensar desta forma

Este fim de semana, acompanhei como pai, um jogo de andebol do meu filho mais novo. O jogo decorreu no Pavilhão de Mafra e aconteceram duas situações em que fiquei “louco” com o sucedido.

Não serve este post para fazer uma descarga pessoal a quem quer que seja, mas não basta ser simpático e fazer uns sorrisos para afirmarmos que somos desportistas. Os atletas em competição têm entre 13 a 15 anos de idade. Aquela idade em que dão os primeiros passos para a malandrice, mas que ainda aceitam as indicações que lhe forem atribuídas sem questionarem muito.

Aconteceram duas situações que não me passaram despercebidas. Há muito que não assistia a este tipo de coisas, o que me levou a pensar já não existirem na modalidade que amo. Infelizmente deparei-me com elas num jogo em que assisti e ainda por cima com o meu filho a presenciar esta verdadeira faceta da chamada cultura Desportiva.

Atleta no meio campo

A colocação de um atleta no meio campo na modalidade do Andebol, quando a sua equipa está a defender é pura e simplesmente um ato de falta de respeito.

Esta atitude foi prática há uns anos atrás e discutida nos mais altos patamares da modalidade. A inclusão de um atleta na linha do meio campo quando o seu adversário está  atacar é uma prova de superioridade da equipa que o faz. O que se pretende com este gesto? Marcar mais golos? 

Não consigo compreender a atitude, nem tão pouco colocar-me nessa situação dada a tamanha dimensão daquilo a que considero respeito desportivo.

A nossa modalidade não pode comtemplar este tipo de atitude e de comportamento dos seus agentes desportivos. Quem procura ganhar sem olhar a meios, algo terá que fazer na sua formação para alterar o seu comportamento. Acredito que tenha sido um ato ingénuo e sem pensar, mas a atitude não foi, nem é digna de qualquer treinador.

O que poderia ter feito?

São nestes momentos que devemos ensinar ou aconselhar a aplicação da dita cultura desportiva. O que poderia ter sido feito?

  • Entrada em campo de atletas menos rodados para dar tempo e minutos de jogo em ambiente competitivo;
  • Alterar o sistema defensivo (por exemplo o homem a homem) para provocar outras situações de roubo de bola;

Agora poderão dizer-me, como acontece em muitos casos.: A minha equipa só tem jogadores rodados! Neste caso há que gerir os atletas no Clube por forma a serem chamados a integrar a convocatória os atletas mais novos e os atletas desta equipa serem recrutados para o escalão superior.

Sei que não é fácil aceitar este tipo de cultura. Todos gostam de ganhar e de preferência por muitos. Esquecemo-nos de que nas modalidades desportivas os campeões não se fazem sozinhos e o elevar das capacidades dos seus praticantes  ajuda em muito a evolução da sua modalidade.

Um gesto que apesar de ser simples para quem o pratica, não está de acordo com aquilo a que se apregoa de Cultura Desportiva. Respeitem os vossos adversários….sempre!

Livre de 9 metros no final do tempo

Esta é uma situação normal no Andebol. Acontecer a marcação de um livre de 9 metros mesmo no final do jogo, vai sendo banal para a modalidade. Não há como solucionar este problema a não ser com o bom senso de jogadores e treinadores de maneira a perceberem qual a verdadeira importância da sua execução.

Existem exemplos vivos de atletas que fizeram deste livres uma situação de marca nas suas carreiras. O melhor jogador do mundo, Mikkel Hansen, conta no seu reportório de golos para a vida, um livre de 9 metros que deu a vitória da Dinamarca frente à Rússia no último lance do jogo na fase de grupos dos jogos Olímpicos de Pequim em 2008.

É claro de que se trata de um gesto técnico perfeito e que necessita de muito treino para ser executado com a perfeição pretendida. No entanto, poderei acrescer a tudo isto, de que o jogo estava empatado a 24 golos e este gesto poderia alterar o rumo dos acontecimentos desportivos. Havia qualquer coisa em jogo neste lance!

Pois bem, se há pouco vos falei de uma má atitude desportiva, então agora, para não se ficarem a rir, mais uma surgida no último lance do jogo e cujo o mesmo já estava resolvido por 20 de diferença no marcador. A falta surgiu, a equipa defensora formou barreira e o atleta marcador da falta, cheio de preciosismo técnico, acertou em cheio no corpo de um dos seus adversários. Bonito!

Senhores treinadores não estraguem a modalidade, ainda por cima nestes escalões onde se dão os primeiros passos para uma vida desportiva ativa.

O que poderia ter feito?

Pura e simplesmente não ter sido permitido a execução desse livre de 9 metros que de nada iria trazer de novo. Perder por 20 ou por 19 seria a mesma mer…

O papel dos treinadores é de extrema importância na formação dos atletas em qualquer modalidade. Estes não tiveram no dia sim, mas todos nós cometemos falhas! Apenas pedir que as mesmas não se voltem a repetir e que sirvam de bom exemplo para aquilo que não se deva fazer!

Há que ter cuidado, muito cuidado, na formação de jovens. A nossa modalidade precisa de bons gestos e não como estes a que infelizmente testemunhei.

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