No dia 07 de Junho de 2022 recebi um mail da Direção da Associação Cruz de Malta:
“Excelentíssimo Sr Major Dr. António Galambas
Em 15 de fevereiro de 2020 as primeiras imagens que apareceram, vindas de um hospital de Milão tornaram claro que aquele estado pandémico se iria propagar em todo o mundo. A Cruz de Malta tentou cumprir com o seu desígnio histórico de ter sido fundada no fim da 1ª grande guerra mundial e da última pandemia mais conhecida por Gripe Espanhola.
Foi então, numa conversa informal com o Senhor Professor Doutor Fernando Maltez, responsável do Serviço de Infeciologia do Hospital Curry Cabral, (que o conheci pessoalmente durante a minha hospitalização na sequência de uma Pneumonia, em Jan2020) questionando-o se nós estávamos preparados estruturalmente para fazer face a esta nova pandemia, a única resposta que consegui do Senhor Professor foi : “ninguém sabe quais serão as consequências desta nova pandemia”.
Com a génese militar que caracteriza as raízes de Cruz de Malta e alguns dos seus membros decidiu-se engendrar um plano que pudesse atenuar as dificuldades que viriam aí. No mercado internacional não existiam já quaisquer tipo de tendas, elas tiveram que ser produzidas propositadamente numa fábrica na Eslováquia, que estando encerrada na sequência do Covd-19, abriu propositadamente e com preços compatíveis com as mesmas tendas que foram lá adquiridas pelo INEM, o que por um lado nos deu algum descanso.
Poderíamos desfiar relatos e findáveis de histórias que aconteceram durante este período, mas uma coisa foi certa: – o Apoio da RTP foi imprescindível para a consecução deste projeto.
As tendas adquiridas serviram, não para um hospital alternativo, como inicialmente tínhamos previsto com base nas piores consequências, mas constituíram bases essenciais para a triagem espaçada e isolada e, posteriormente, para apoio da vacinação de Chaves a Mangualde da Maia a Lisboa descentralizamos esta ajuda que ainda permanece de acordo com o espírito do protocolo assinado com a administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central.
A Cruz de Malta vai comemorar o início do centenário de Medalha Cruz de Malta, criada por decreto-lei próprio, em 1923. Assim, gostaríamos por isso de fazer jus ao objetivo da criação dessa medalha. Cabe-me informar que por decisão de Direção e proposta posterior à Assembleia geral foi aceite por unanimidade condecorar os seguintes elementos:
Major Dr. António Galambas “
Não me perguntem o que ganhei, mas sim, como fiz para chegar até aqui!
Foi com muito orgulho que recebi esta distinção de reconhecimento pela Associação de que tive o prazer de fazer parte e poder contribuir para o cumprimento da sua Missão.
Foi uma cerimónia simples, comemorada através de um jantar, mas com a particularidade de juntar pessoas de vários setores da nossa sociedade civil. Todos nós, com graus de participação diferenciados, soubemos unir esforços conjuntos de forma a que o resultado final tivesse sido um êxito.
Reconheço que a minha participação foi mínima, mas quiseram mesmo assim reconhecê-la neste objetivo maior de ajudar o próximo. Esta é a razão máxima destas minhas palavras aqui descritas.
Congratulo-me por aquilo que sou e por aquilo que faço sem vergonha e sem medo de me poderem criticar no que quer que seja. Enquanto for livre de pensar e fazer o que mais gosto na vida e com quem mais gosto de o fazer, não me perguntem o que ganhei, mas sim, como fiz para chegar até aqui!