O mapa eleitoral de Mafra mostra um padrão claro: voto local continua a favorecer fortemente o PSD nas freguesias, o que explica como o partido manteve o controlo da estrutura territorial (juntas e boa representação na assembleia municipal), mesmo perante a derrota na soma para a Câmara a favor de uma candidatura independente. Isso coloca o concelho num cenário de coabitação política — um executivo municipal sem maioria absoluta e um território de freguesias dominado por outra força — que só será produtivo se houver capacidade negociadora e transparência nas decisões. A curto prazo, o teste será transformar esta geografia eleitoral em entendimentos práticos, em vez de permitir que cumplicidades partidárias bloqueiem iniciativas essenciais para os cidadãos.