Ainda há muito por fazer!

O olhar para o futuro com os pés no chão

Apesar do assunto estar nas manchetes dos jornais musicais e das suas preocupações de presente e de futuro, os músicos têm muita responsabilidade em tudo aquilo que está a acontecer no nosso País.

São muitos os artistas de primeiro plano, ou que já o foram, que vêm agora para os meios de comunicação divulgarem a maldade que lhes estão a fazer por não lhe darem espaço à sua música e aos seus trabalhos artísticos nos espaços mais nobres que o nosso país vai tendo. O caricato está na situação. Enquanto lá andaram, nos topos da popularidade, ninguém lhes dizia nada, nem eles diziam o que quer que fosse a alguém! Agora, como o panorama muda sem darmos por isso e o que era certo tornou-se incerto, rapidamente de bestial se passa a besta, salvo seja!

A música, como quase tudo neste país das mil maravilhas, está a atravessar um mau momento para os seus artistas. Ninguém quer saber de ninguém e cada um vive o dia-a-dia como se não fosse precisar de nada até ao fim dos seus dias. Enganam-se! Todos vamos precisar uns dos outros e sem o apoio conjunto, jamais seremos alguém nesta vida!

Temos vergonha da nossa música e só aquilo que vem lá de fora é que é bom! 

Precisámos de certificar e valorizar o Fado e os cantares alentejanos como património imaterial da humanidade para que o justo valor lhes fosse dado! A restante música Portuguesa tem o seu cabimento em festas Bimbas, populares e que só servem para pessoas de baixa estrutura social. Não se enervem por escrever desta forma, mas escrever aquilo que se pensa não é para todos! Fazemo-nos de gente culta e cheia de seriedade, mas quando nos deparamos com a palavra diversão e alegria, a música Portuguesa, seja ela de que tipo for, aparece sempre nas festas!

A cultura em Portugal está nas mãos de quem não tem ideias, ou se as têm, tarde ou nunca as vai colocar em prática!

Regras têm que ser colocadas em prática no que concerne à disponibilidade dos meios financeiros públicos de maneira a que não sejam sempre os mesmos a usufruir dessa disponibilidade. A cultura não nos pode ser imposta, mas sim nascer pela sua diversidade e pela sua criatividade! Por isto dizemos sempre que só se dá valor aos artistas depois de eles morrerem! Temos tempo e informação suficiente para aprender com os erros do passado e a cultura não pode nem deverá estar nas mãos de quem gosta disto ou daquilo só porque sim!

o Estado tem, neste momento, a grande responsabilidade de regimentar a cultura e os seus problemas atuais, pensando no futuro próximo, já dos nossos filhos. É o estado que tem quase a 100%, a responsabilidade de contratação dos artistas para as suas festas. É o Estado que possui a disponibilidade financeira de dispor de umas centenas de euros para pagar um espetáculo que se for a pagar, jamais terá o seu retorno! São poucos os casos de sucesso e estes, já estão naquele patamar da independência cultural do estado, sem nunca esquecerem de que nos seus primórdios tudo aconteceu com um empurrão de todos nós. Está a chegar o 25 de Abril e não nos podemos esquecer de que estamos separados há meros aninhos! Ainda possuímos uma democracia jovem e com muitas dificuldades em separar o trigo do joio em muitas áreas. Estamos melhores? Claro que sim, mas ainda temos muito para percorrer!

 

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