Há precisamente dois anos atrás, fui acordado com um telefonema do teu pai. Aquele telefonema que ninguém quer receber!

Já se passaram dois anos e parece que foi ontem. Tenho acompanhado o teu pai de muito perto e sei o que ele te ama e a falta que lhe fazes. Tenho acompanhado, não de perto quanto gostaria, o teu filho e sei a falta que lhe farás eternamente!

O que é mesmo certo é que a vida seguiu logo após a tua partida, como cruelmente faz com toda a gente que nos deixa. Até parece que nada aconteceu! Mas isso não é verdade!

Para os que lidavam contigo de perto, nada mais foi igual sem a tua presença. Sei que não existem insubstituíveis, nem tão pouco heróis com capa e espada, mas acredito piamente que estarás sempre no coração de quem contigo partilhou a tua maneira simples de viver.

Tive a sorte de fazer intensamente parte  da tua vida uns meses antes de partires. Estavas muito entusiasmado e confiante no nosso sucesso. Soubeste, como ninguém, agrupar um grupo de amigos em torno de umas músicas cruas e despidas com a brincadeira singela de oferta de pares de meias.

Os Meias Limonada são a prova desta tua originalidade de amizade entre todos. De horríveis e arrepiantes, passaram a constar como designação do grupo e como símbolo que todos fizeram questão em usar durante as atuações futuras. As tuas meias ficam-nos bem!

Não foi nem minha, nem nossa intenção aproveitarmos a tua ausência para nos promovermos, mas sim dignificá-la através do nome que foi dado à tournée do grupo, designada como CANOA.

Tenho de te pedir desculpa em nome do grupo e em meu nome pessoal. As músicas que construímos não foram bem-sucedidas e o êxito do grupo não foi o que todos nós desejaríamos. Tenho de ter a hombridade de assumir esta situação, mas dizer-te que tudo tentámos para que o desfecho tivesse sido diferente. Desta forma, posso-te afirmar que a cabeça está bem levantada pelo facto de termos sido profissionais a tempo inteiro e nunca termos desistido. Diria até que me sinto muito orgulhoso de convosco, ter conseguido concretizar um dos meus grandes sonhos.  Não podemos obrigar ninguém a gostar daquilo que fazemos e de que gostamos, mas também não poderemos ficar zangados por isso. Todos temos o direito de gostar de coisas diferentes. Mesmo assim, recebe as minhas sinceras desculpas por não te ter conseguido homenagear em mais locais e palcos do nosso país. Sei que gostarias que o fizéssemos, mas não o consegui. Desculpa!

Tinha de me confessar desta maneira, decorridos que foram dois anos desde a tua partida. Uma coisa te garanto: A música estará sempre connosco e em cada nota dada e escutada, tu farás sempre parte da orquestra.

Deixaste marcas em todos nós e queremos dizer-te que gostamos muito de ti e das tuas meias coloridas! Já agora… da tua cor azul!

Um abraço Nuno CANOA.

Desculpa.

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