Querer o que se deseja ou o que se precisa?

Há poucos dias atrás reencontrei um amigo que já não o via faz tempo! As nossas vidas cruzaram-se num determinado momento e depois, fruto do crescimento e dos cainhos que traçámos para o futuro, fomo-nos separando um do outro. É sempre com bastante alegria que revejo pessoas que fazem e fizeram aminha vida.

Foi tempo para velhas recordações, velhas lembranças de testemunhos que ficarão sempre na nossa memória. A vida encarrega-nos de nos colocarmos no sítio certo para a vivermos. É estranha esta teoria, pois olhamos em nosso redor e questiono-me tantas vezes se o sofrimento faz parte desta nossa missão aqui no mundo. Cada vida é uma vida e cada pessoa tem uma história para contar. Todas elas são interessantes e nada melhor do que por vezes pararmos para as escutar e sabermos o que se passa no outro lado do ” muro”.

Conversa puxa conversa e lá fomos parar à nossa atual vida. Este meu amigo é músico conceituado. Fez-se bom neste ramo de atividade e hoje em dia escolhe com quem quer estar e como estar. Não vou identificá-lo, nem tão pouco perturbar a sua “pacata vida”, embora saiba que nunca teve nem quer ter qualquer rede social que o identifique.:

“-O que é que o mundo ganha em saber se estou bem ou mal?”

Respeitarei a sua opção, embora não seja a melhor pessoa para lhe dizer qual o prazer de estar aqui a escrever ou a expor por vezes as minhas atividades. Compreendo e aceito, mas não sou dessa linhagem!

No entanto, e depois de alguns longos minutos à conversa, acabamos sempre por aprender com os outros. São expressões corporais, palavras ditas e por dizer, sentimentos soltos, de tudo um pouco. Assim como aprendemos com os outros, acredito que também tenha algo a ensinar.

 

Não precisas? Então porque queres?

Era tão bom passar esta pergunta ao lado e esquecê-la de forma rápida, mas se refletirmos um pouco sobre esta simples pergunta, compreenderemos que não é fácil acabarmos com os nossos desejos extravagantes. Quem não os tem? Fomos criados assim, a dar importância às coisas…às muitas coisas…que apenas nos enchem o ego e o orgulho pela conquista!

Ter um carro XPTO, ter um companheiro de capa de revista,  ter um telemóvel de última geração, ter um vestido de marca, ter uma piscina, ter reconhecimento, ter, ter, ter…

Como é tão natural todos estes desejos e, sem me querer excluir,  que também os tenho, embora um pouco mais moderado, mas sem  a coragem de dizer que os bani na sua totalidade.

Este meu amigo foi bastante direto nesta temática. Aprendeu com os obstáculos que a vida lhe colocou na frente e teve que assumir o controlo da sua vida de uma forma diferente. Hoje é uma pessoa, assim me pareceu, com paz interior e sabedor daquilo que realmente quer e do que precisa. 

- Como conseguiste acabar com o desejo do supérfluo?

-“Não foi fácil, mas depois de algum treino vais conseguir. Antes de teres alguma coisa, faz sempre a pergunta a ti mesmo: Necessitas disso? É fácil sermos enganados pelos nossos pensamentos e de início a voz respondia-me sempre o que queria ouvir, até que, por muitas e muitas vezes verifiquei de que estava a manipular as minhas respostas. Quando te fores habituando a despegar-te do que não precisas ficarás muito mais tranquilo e em paz. Dá valor ao que tens e ao que realmente precisas. Não precisamos de ser super heróis de Banda desenhada, nem tão pouco pedintes de rua. Vive com oque realmente precisas e encontrarás outra maneira de viver o mundo. Ah! Quando falo nisto a alguém pensam que me refiro apenas a bens materiais! Não é verdade! Isto serve para tudo!  Preserva as pessoas que gostam de ti e dá-lhes o valor que elas verdadeiramente possuem. As outras, aqueles que te desejam ou que tu as desejas, são apenas supérfluas para ti. Todos somos importantes nesta vida para as pessoas que realmente precisam de ti.”

Não desejo, nem gostaria de ter passado pelos obstáculos de que este meu amigo passou, no entanto, gabo-lhe a força com que o fez, carregando nas costas uma família destroçada, mas na mão sempre a sua bandeira. Hoje, já sem a presença de alguns dos seus familiares, resta-lhe dar a paz aos restantes que ainda cá se encontram e fazer a sua vida acontecer com aquilo que realmente precisa e não com aquilo que poderia desejar.

 

Estou sempre a aprender! 

Obrigado meu amigo

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