Hoje faz anos um amigo meu.
O João das Cebolas, ou o PIPI como eu o apelido, é um ser diferenciado. Existiria muito para falar das características deste homem, mas seria certamente muito cansativo estar aqui com milhares de páginas. Parecido só mesmo a Bíblia.
Conhecemo-nos pela primeira vez nas ex-instalações do meu antigo Bar (14 Mares) pela celebração do 25 de abril. Perante o convite do organizador e meu amigo também, Jorge Vadio, lá fui acompanhado da minha mulher. Chegámos um pouco em cima da hora e como todas as mesas estavam ocupadas, solicitámos um local onde nos pudéssemos sentar. Foi uma mesa de quatro lugares que nos concederam. Ainda um pouco mais atrasados, lá veio mais um casal. Sentaram-se na nossa mesa e rapidamente começamos a falar.
Acompanhado de uma mulher lindíssima(só mesmo para o lixar), o homem não mais se calou. Falámos e falámos… um pouco de tudo e sobre tudo. Nessa noite ainda mostramos os nossos dotes de cantores, pois a convite do Jorge Vadio fomos cantar umas músicas acompanhados superiormente por ele. Lembro-me das músicas cantadas e da alegria no rosto, assim como do à vontade perante o público. Este homem tinha mesmo que ter sido artista, ou melhor, tinha mesmo que ter sido um homem de palco.
A partir dessa altura tornámo-nos amigos, independentemente das loucuras de um ou de outro. Foram muitos os momentos partilhados nestes últimos anos e foram muitos os conselhos que este senhor já me deu para me fazer crescer cada vez mais.
O pastel, como ele me apelida, é compreendido por mim desde a primeira vez que o prenunciou. Faço-me desentendido quando o tenho que fazer e um pouco aéreo quando assim tem de ser.
Quero apenas deixar escrito que este senhor é um homem bom e de coração sensível. A vida que levou durante anos deram-lhe a confiança para falar alto e para ser o centro das atenções. Não pesa as palavras diretas, muitas vezes que lhe vão apenas na cabeça dele, e com isso tem feito mossa em muitas relações de amizade. Não existem pessoas perfeitas e o João não é certamente uma dessas pessoas. Mas, como em todas as histórias, existe sempre o outro lado.
É um amigo de mão cheia, o primeiro a despir a camisola por alguém, a motivar e dar ânimo ao seu próximo e dá tudo aquilo que tem e não tem para ver um sorriso do outro lado. Injustiça, se é que se pode falar assim, é o facto de quando saímos dos palcos e do foco de toda a gente, muitos são aqueles que se esquecem ou até mesmo aqueles que nos empurram para baixo. Em cinco anos de amizade pura, muitas foram as situações em que ele se excedeu nas palavras, no tom e na intensidade das mesmas. Gosta de falar bem dos outros, de valorizar o próximo e acima de tudo, elevar o ego de todos.
Hoje, em dia de aniversário, cabe-me dizer que este senhor provocador tem um currículo muito rico de vida. Não o precisa expor, como eu o faço, mas quem o conhece sabe do real valor deste ser humano. Desde cantor durantes 30 anos percorrendo Portugal de lés a lés, presidente da Banda da Ericeira, membro da direção do Ericeirense, comercial de grandes empresas em Mafra e Lisboa (FOC, Rolo e filhos, Jerónimo Martins e tantas outras de renome nacional), diretor do CD Mafra, presidente do Grupo Cultural da Ericeira, fundador de associações com objeto forte e o mais marcante, no meu ponto de vista, o primeiro caso aprovado em Portugal de guarda conjunta. Falharam-me certamente muitas outras atividades que este homem desenvolveu com sucesso na sua vida e por isso peço desculpa.
Todos este currículo se resume a uma palavra para mim. Uma pessoa de quem gosto e de quem nutro uma amizade muito grande: AMIGO.
Muitos Parabéns João Morais. Mereces ser feliz!