À sombra do Convento

Foi sempre uma realidade em Mafra. Não sei se são desculpas ou realidade, mas os Militares foram em grande parte os responsáveis.

Se inicialmente os Militares vieram dar vida à vila, ninguém poderá negar, mas depois…

Naquele tempo, os militares saíam á rua e era tudo deles! As pastelarias faziam fornadas de bolos e bolos e até sabiam quando deveriam fazer mais do que habitual, tal era o conhecimento das ementas do quartel. Em dia de peixe a fornada era a dobrar!

Á hora do almoço e depois das 17h até ao toque do recolher (cornetim tocava nas escadarias do convento), Mafra era invadida por uniformes verdes. Eram restaurantes, pastelarias e cafés a viverem, e bem, ao sabor dos horários militares. Após estes se recolherem, fechavam portas e contavam-se com as dedos das mãos os negócios que ficavam abertos.

Verdade seja dita que a população de Mafra vivia em grande parte no horário oposto destes militares. Recolhiam a suas casas durantes estes horários e regressavam depois.

No período noturno Mafra nunca foi uma mais valia. Não estou a falar em discotecas ou outras coisas mais, mas poder-se usufruir de um café ou pastelaria durante o período da noite foram coisas sempre proibidas. Se houvessem desses apetites, então o rumo certo seria a Ericeira, Lisboa, Sintra e nunca Mafra.

Não vale a pena?

Durante o Inverno, como todos sabemos, Mafra não é das vilas mais convidativas a permanecer até tarde, mas no Verão?

Claro que existem condições em Mafra de se restabelecer o convívio entre a sua população. Mas para que isso aconteça, todos terão que participar nesta mudança. Os comerciantes, o município  e a população. Agora o que não me parece normal é aceitar esta situação de marasmo em que se encontra a sede do Concelho, com um monumento património Mundial da UNESCO, iluminado e … à sombra de não sei o quê!

Em jeito de brincadeira diria mais. Se é para isto que se anda a pregar sobre Mafra, coloque-se uma inscrição à entrada da vila:

Cada um é livre de ter a sua opinião e haverá certamente quem defenda uma vila em silêncio, sem movimento, sem vida após as 18h, enfim. Não sou apoiante desse grupo, embora respeite as nossas divergências.

Aproveito também para esclarecer de que esta não é uma crítica a quem quer que seja em particular, mas sim uma crítica a todos nós, dos quais me incluo. 

Hoje, depois de jantar ( 20h51) vim até ao centro da vila e deparei-me com este panorama. Acreditem que devido ao horário de Verão ainda havia luz solar, no entanto, contavam-se as pessoas que estavam por ali. Fiquei bastante triste com a vila que também é minha. Estava um ambiente triste, sombrio apesar do sol e sem vida.

É o que temos!

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